Alguns diriam que a arte é uma manifestação sublime onde o homem transcende a experiência individual e se aproxima do sagrado. Outros talvez interpretem como arte qualquer atividade em que alguém expresse sua individualidade de forma singular.
Às vezes nos deparamos com um instrumento que nos emociona especialmente e que de forma inesperada sugere ao instrumentista novas interpretações a um repertório já conhecido. É um pouco como se o músico entrasse num estado de encantamento. A meu ver esse instrumento pode ser considerado uma obra de arte.
É esse o meu ideal ao construir um violão, um instrumento não só capaz de atender tecnicamente ao músico mais exigente, mas também de levar o intérprete a buscar sonoridades que não podem ser impressas na partitura. Um violão que inspire um envolvimento tão íntimo entre o intérprete e a composição que a técnica passe totalmente a segundo plano, transformando essa vivência artística num momento único tanto para o músico quanto para o ouvinte.
Com esse ideal em mente, me mantendo fiel a meu instinto criativo e atento às necessidades do músico contemporâneo e às técnicas de construção contemporâneas, meu trabalho se fundamenta na tradição de construtores como Antonio de Torres, Santos Hernandez e Hermann Hauser I.
Violões de caráter nobre, com um grave envolvente e agudos cantantes, um amplo leque de timbres e de forte presença. Um instrumento vibrante que se adapte bem tanto a salas de gravação quanto a salas de concerto.
Muitos dos elementos estéticos são citações, referências, pequenas homenagens a estes grandes mestres.