Gosto de pensar que minha carreira como luthier começou quando entrei para a faculdade de música. Na verdade quando resolvi ser músico profissional. A partir deste momento a música e o violão passaram a ter uma importância fundamental na minha vida.
De lá pra cá muita coisa mudou, mas a presença do violão no meu imaginário se manteve constante. Em 2005 construí meu primeiro violão e desde então tenho me dedicado profissionalmente à luteria. Essa bagagem musical me deu parâmetros muito específicos sobre quais características buscar na construção de um instrumento e me ajudou a ter um entendimento mais natural das necessidades do violonista.
Há alguns anos tive a felicidade de ser premiado com uma bolsa de aperfeiçoamento técnico que me permitiu conhecer e trabalhar com alguns dos mais importantes nomes da luteria internacional, entre eles Christopher Dean, David Whiteman, Gerhard Oldiges, Paul Fischer e Jose Romanillos.
Durante esta viagem pude examinar de perto violões de grandes mestres como Hermann Hauser I e Santos Hernandez, instrumentos que redefiniram meus ideais como construtor.
Nos últimos anos tenho focado minha pesquisa nos violões Hauser da década de 40. Dentre esses, um Hauser 1940 (ex Saul Marantz) e um 1948 (que faz parte da coleção do violonista Marcelo Kayath) se destacam como uma influência marcante nos violões que tenho construído.